Se o que estrutura o pensamento é a linguagem, e a linguagem é sempre comunicação (de mim para mim, de mim para o outro eu, de mim para os outros, para as coisas ou até mesmo de mim para a linguagem) Então a forma como pensamos a comunicação é o nosso paradigma.
Por exemplo, a forma como Peirce classifica os signos, estabelece a lógica da abdução e a produção de ideias claras está condicionada pela forma como pensa os elementos do processo comunicativo, ou seja, toda a sua teoria está condicionada à relação intrínseca entre o processo comunicativo e a produção de conteúdos.
Jamais poderia Peirce constituir a lógica da abdução se percepcionasse o processo comunicativo tal como Shannon e Weaver.
Se pensamos a comunicação como o processo de transmissão de mensagens e não de criação/ relevância de conteúdos, o nosso pensamento está delimitado por este paradigma, e isso vai impedir que nos debrucemos sobre questões do tipo: Como se faz a introdução da generalidade nos juízos perceptivos? (Peirce, A lógica da abdução)
É por este motivo que não posso concordar com Rodrigo Alsina no que respeita ao carácter essencialmente instrumental dos modelos… Pelo menos dos modelos de comunicação.
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